Autor: José Alfredo dos Santos Filho (Pastor, Teólogo e Escritor – 25/03/2012)
A desenvoltura de qualquer compreensão dos textos que se lêem depende muito da rotina de leitura e da insistência da pessoa (independente de idade) em querer entender. Não basta tão somente saber ler sílabas, palavras, frases e textos, mas entender, compreender e saber explicar o que ler. Por exemplo: os livros religiosos, com particularidade para a Bíblia, contém mensagens desordenadas, que para se compreender é necessário saber reunir versículos de vários textos e livros, como um quebra-cabeças, para se ter uma mensagem verdadeira e completa. Se proposital ou não, foram escritos assim, com raras exceçõe.
Observem esses dois versículos:
“Engorda o coração deste povo, e endurece-lhes os ouvidos, e fecha-lhes os olhos; não venha ele a ver com os olhos, e a ouvir com os seus ouvidos, e a entender com o seu coração, e a converter-se, e a ser sarado.”
“Porque o coração deste povo está endurecido, e ouviu de mau grado com seus ouvidos e fechou os olhos, para que não veja com os olhos, e ouça com os ouvidos, e compreenda com o coração, e se converta, e eu o cure.”
Os dois versículos encontram-se nos livros de Isaias, capítulo 6 versículo 10, e Mateus capítulo 13, versículo 15. Mas há diferênças a ser identificadas para realmente compreendê-los e saber que há uma mensagem explícita em que “dois deuses” se manifestam quanto ao povo: “um quer, outro não quer que seja o povo curado. “Um castiga, amaldiçoa, escraviza e engana; o outro quer absorver da condenação, dar-lhe liberdade, curá-los”. O problema é saber quem é quem, e o que desejam fazer ao povo.
Então, ler, interpretar, compreender e entender são ações diferentes, mas necessárias para se ter a verdadeira mensagem compreendida, entendida, e assim poder explicar, compartilhar com os outros. Sendo mais exato, ensinar e aprender. Após isso tudo, todas as pessoas estarão apta a discutir sobre assuntos diversos, assim como aprender e ensinar.
Muitos nada entendem sobre suas religiões, sobre o livro que defendem como sagrados, e sabem muito menos o por que dos sacrifícios, holocaustos e oblações que oferecem a deuses desconhecidos, como também ao que supostamente eles pedem para abençoar ou amaldiçoar. A ignorância os faz escravos de seus próprios desejos, aos quais se redem cotidianamente (Isaias 1.3). Estes são uns poucos parâmetros que se deve observar e praticar para que a compreensão seja completa, e assim o compartilhar da verdade seja pleno. Os profetas e Jesus tem intronização completa, não quanto a verdade, mas sim quanto aos opostos, quanto a demontração dos deuses que usaram aqueles que foram antes dele, durante e após o próprio Jesus. Há diferênças gritantes quanto a Teologia e a Verdade.
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Estudar a Bíblia, mas não como um livro ameaçador, nem com um deus intimidador, mas apenas como livro que conta e reconta as histórias e estórias de um povo que umas vezes veceu, outras vezes, perdeu. E nestes contos suas culturas como foram criadas, desenvolvidas e protegidas ao longo de milhares de anos, não como “mitos”, nem tampouco como “lendas”, mas como “verdades” que até hoje produz o conhecimento pela fé.
Desde a suposta criação de todas as coisas, até os dias de hoje, é divulgada esta cultura por quase todos os cantos do planeta. Há pessoas que a tem como livro de cabeceira, apenas para orientá-las; outras, a tem como única regra de fé, para eles é realmente Deus falando quando abrem e lêem qualquer textos. Estas pessoas são tão fanáticas que até mesmo lendo algumas contradições bíblicas procuram argumentar, justificar ou até negar que seja verdade, mesmo estando alí o texto bem explícito: pode ser estúpido, mas foi Deus quem disse.
Este é o caminho mais perigoso a seguir quanto ao conhecimento que tal livro expõe a todos que a ele tem acesso. Povos tem se separado e se agredidos por motivos simplesmente, banais. Holocaustos e sacrifícios foram praticados por povos que se achavam superiores. Terras foram invadidas; até crianças, mulheres e idosos foram assassinados em nome da religião contida neste livro. Detentora do Bem e do Mau, fez, e faz mais mal que bem quando lido e orientado por pessoas sem capacidade intepretativa ou por pessoas maliciosas, malignas.
Não é importante lê-la cotidianamente e sistematicamente. Ainda que consiga conhecimento, não conseguirá o mais importante: a Verdade. No livro de João, em seu capítulo 8 e versículo 32, assim está escrito: “E conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará”. A garantia da libertação está na “Verdade”, e não somente no conhecimento. Gentes foram, e estão sendo escravizadas, roubadas, enganadas porque não sabem o que é a “Verdade”, apenas conhecem os textos e contextos bíblicos, e pior, muitas das vezes nem sabem o que realmente significa porque aprenderam com outros que também pouco sabem.
Então, dependendo do “professor” imaginem como será os discipulos? Por isso chamamos a atenção para um texto que encontra-se no Evangelho de João, capítulo 9, versiculos 26, 27 e 28:
“E tornaram a dizer-lhe: que te fez ele? Como te abriu os olhos? Respondeu-lhes: Já vo-lo disse e não ouvistes; para que o quereis tornar a ouvir? Quereis vós, porventura, fazer-vos também seus discípulos? Então, o injuriaram e disseram: Discípulo dele sejas tu; nós, porém, somos discípulos de Moisés.”
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